Governo começa a ouvir relatos sobre ataque à indígenas
Os primeiros relatos dizem que a violência foi motivada por um confronto entre os índios Gamela e moradores da região.
Os representantes do governo do Maranhão ouviram os primeiros relatos sobre o ocorrido no município de Viana. Eles dão conta de que o episódio violento do último domingo (30) foi motivado por um confronto entre os índios Gamela e moradores da região.
Após os ataques, membros da Fundação Nacional do Índio (Funai), agentes da Polícia Federal e de órgãos responsáveis pela investigação dos crimes foram até o local. Uma equipe da Secretaria de Direitos Humanos visitou o povoado Taquaritiua, onde vivem os Gamela. Integrantes das secretarias municipais de Educação e Saúde também estiveram no local para garantir a prestação de serviços públicos à comunidade.
As pessoas que chegaram para impedir a ocupação se desentenderam com os indígenas que estavam no local e, como as versões são divergentes, não é possível saber quem começou os ataques.
De acordo com a Secretaria dos Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão, a área em questão, uma espécie de sítio de 22 hectares que fica no Povoado de Bahias, é ocupada por um fazendeiro.
O objetivo das visitas é elaborar um relatório técnico com as principais políticas públicas que devem ser desenvolvidas para a solução de todos os conflitos na área, e não somente o ocorrido no último dia 30.
Para isso, foram feitos contatos com a Secretaria de Educação de Viana com o intuito de fornecer transporte para as crianças da aldeia. Visando garantir o atendimento médico aos indígenas, a Secretaria de Saúde municipal também foi visitada pela equipe. A demanda pela demarcação de territórios pelos Gamela é histórica. Segundo os índios, uma área no norte do Maranhão foi doada a eles pela Coroa portuguesa no século 18 e, posteriormente, ocupada por fazendeiros ao longo dos anos.
Nesta quarta-feira (3) os indígenas marcaram um encontro com a frente de trabalho da Funai enviada à localidade com o mesmo objetivo de produzir um relatório que embase as ações do órgão. De manhã, um dos líderes agredidos teve alta e foi recebido com festa e danças típicas pela comunidade.
Na terça-feira (2), o presidente da Funai, Antônio Costa, reconheceu que a fundação não tem estrutura suficiente para acompanhar todos os pedidos de demarcação de terra, que envolvem grupos de trabalho para identificação, demarcação e delimitação do território. Já o governador do Maranhão, Flávio Dino, prometeu pagar os estudos necessários para “que haja paz” na região.
Quatro indígenas continuam internados em um hospital de São Luís após o confronto. Dilma Cutrim Meireles, de 35 anos, precisou fazer novos exames após apresentar dores de cabeça e malestar. Os outros três permanecem em tratamento, mas estão se recuperando das lesões, de acordo com a Secretaria de Saúde do Maranhão.

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