Jogador maranhense que fugiu da Ucrânia em meio à guerra desembarca no Maranhão nesta terça (1º)
Informação foi confirmada ao g1 pela família do jogador maranhense. Após a chegada à Moldávia, no sábado (26), Wanderson Cavalcante seguiu para a Romênia onde pegou um voo de volta para o Brasil.
O jogador de futebol maranhense, Wanderson Cavalcante, conhecido como 'Wanderson Maranhão', que fugiu em meio a Guerra na Ucrânia, deve chegar ao Maranhão nesta terça-feira (1º). A informação foi confirmada ao g1 MA, pela mãe do jogador, Cleudiomar Cavalcante.
Wanderson havia fugido para a Chisnau, capital da Moldávia, país que faz fronteira com a Ucrânia, no sábado (26) (veja o vídeo acima) e conseguiu chegar até até Bucareste, na Romênia, onde embarcou um voo nesta segunda-feira (28) com destino ao Brasil.
A previsão é que o maranhense desembarque em Imperatriz, cidade localizada a 629 km de São Luís, na tarde de terça-feira. Em seguida, ele deve seguir para o município de João Lisboa, sua cidade natal, localizada a 650 km de São Luís.
Wanderson Cavalcante está voltando para o país junto com a dupla de jogadores brasileiros, Bruno Ernandes e Kleber Juninho, que jogavam em times da Ucrânia e também fugiram do país do leste europeu em meio ao bombardeio.
Fuga da Ucrânia
O jogador de futebol maranhense Wanderson Cavalcante, conhecido como 'Wanderson Maranhão', de 27 anos, fugiu da Ucrânia no último sábado (26) em meio ao conflito armado no país. Natural de João Lisboa, cidade localizada a 650 km de São Luís, o atleta morava há uma semana em Odesa. O local é uma das cidades que foi bombardeada por tropas da Rússia.
O meia atuava no time ucraniano Chronomorts Odesa e iniciou sua fuga do país na madrugada de sábado (26). Ele chegou à Chisnau, capital da Moldávia, país que faz fronteira com a Ucrânia, ainda no sábado.
Beatriz Torres, esposa de Wanderson, conta que viveu momentos de apreensão e desespero ao saber que o marido estava em uma das cidades ocupadas pelas tropas da Rússia. Ela conta que Wanderson chegou à ir para um hotel em Odessa, na noite de 23 de fevereiro, após uma queda de energia geral na cidade. Horas após o contato entre o casal, o país ucraniano foi invadido pelas tropas russas.
"Na madrugada eu acordei, peguei meu celular e vi uma mensagem de uma das minhas amigas russas de que o país havia sido invadido. Liguei para o Wanderson e ele me confirmou. É um desespero que a gente não consegue explicar, por mais que a gente tente, a gente não vai conseguir. É muita angústia, medo, apreensão. É horrível", disse.
Resgate de outros brasileiros
Beatriz Torres explicou que após o início da guerra, Wanderson Cavalcante chegou a entrar em contato com outros dois brasileiros que estavam em cidades próximas, para iniciar o plano de fuga do país. Com apoio do time onde joga, o maranhense conseguiu comprar uma passagem de trem e fugir para a fronteira da Ucrânia com a Moldávia.
Segundo Beatriz, Wanderson Cavalcante e os outros dois brasileiros enfrentaram muitas dificuldades no caminho para conseguir sair do Ucrânia, devido a grande quantidade de pessoas que tenta fugir do país em meio ao bombardeio. Ela diz que não há expectativa de quando o jogador possa voltar para o Brasil.
"Não temos expectativa de quando ele vai voltar. O clube pediu que ele esperasse, de dois a três dias na Moldávia, para ver como vai ficar a situação contratual. A nossa preocupação é menor, porque ele está com segurança, porque o sufoco é que ele estava no meio daquela loucura", disse.
O casal está junto há 10 anos e tem duas filhas. Beatriz Torres está com a família em João Lisboa, no interior do estado, e pretendia visitar o marido no meio do ano, durante as férias escolares. "A gente estava tudo organizado, se programando para ir com ele, mas aí aconteceu isso", conta.
As razões do conflito
Em seu discurso, Putin disse ter ordenado “uma operação militar especial” para proteger as pessoas, incluindo cidadãos russos, sujeitas a “genocídio” na Ucrânia — uma acusação que o Ocidente chama de propaganda infundada.
“E por isso lutaremos pela desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, disse Putin.
Putin, depois de se referir mais cedo em seu discurso ao poderoso arsenal nuclear russo, advertiu: “Quem tentar nos impedir deve saber que a resposta da Rússia será imediata. E isso vai levá-lo a tais consequências que você nunca encontrou em sua história.”
A reação ucraniana
O presidente Volodymyr Zelensky ordenou na tarde desta quinta-feira uma mobilização geral “para garantir a defesa do Estado”. Zelensky pediu aos ucranianos que defendessem seu país e disse que armas seriam dadas a qualquer um preparado para lutar.
“O que ouvimos hoje não são apenas explosões de mísseis, combates e o barulho das aeronaves. Este é o som de uma nova Cortina de Ferro, que desceu e está fechando a Rússia do mundo civilizado”, disse Zelensky.
Nação democrática de 44 milhões de pessoas, a Ucrânia é o maior país da Europa por área depois da própria Rússia. Votou pela independência no outono da União Soviética e recentemente intensificou os esforços para se juntar à OTAN e à União Europeia, aspirações que enfurecem Moscou.
Putin, que negou durante meses que planejava uma invasão, chamou a Ucrânia de uma construção artificial esculpida da Rússia por seus inimigos - uma caracterização que os ucranianos vêem como uma tentativa de apagar sua história de mais de 1.000 anos.
Enquanto no leste da Ucrânia muitos falem falam russo como língua nativa, praticamente todos se identificam como ucranianos. Houve também alguma dissidência na Rússia. A polícia deteve mais de 1.600 pessoas participando de comícios antiguerra em 53 cidades e as autoridades ameaçaram bloquear relatos da mídia portando "informações falsas".
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