Ex-vereador suspeito de matar esposa grávida de 9 meses é preso
O ex-vereador George Passos Santana, suspeito de matar a esposa grávida, Jéssica Regina Macedo Carmo, com um tiro, na cidade de Santo Estevão, a cerca de 150 quilômetros de Salvador, foi preso na tarde desta sexta-feira (11), em Feira de Santana. A vítima estava no nono mês de gestação e a criança também não sobreviveu.
A defesa de George Passos Santana reafirma que o disparo foi acidental. O advogado Vinícius Dantas, em conversa com a TV Subaé, afiliada da TV Bahia, disse que no momento do disparo, o ex-vereador tentava tirar a arma das mãos de Jéssica, após uma conversa, cujo teor não foi revelado.
No entanto, a Polícia Civil afirma que análises de provas o colocam como suspeito do crime.
A polícia informou que o ex-vereador passará por exames de corpo de delito e será levado para a sede da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira de Santana), onde será ouvido.
O suspeito deve ser posteriormente encaminhado ao sistema prisional, e ficará à disposição da Justiça.
Protestos e pedidos por justiça
Na última quarta-feira (9), familiares e amigos da grávida Jéssica Regina Macedo Carmo fizeram um protesto na frente do fórum de Santo Estevão.
A manifestação aconteceu com o objetivo de pedir a prisão preventiva de George Passos Santana.
A irmã da vítima contou que um promotor do Ministério Público afirmou que a prisão preventiva do suspeito ainda não tinha sido pedida, porque a Polícia Civil não tinha elementos suficientes para fazer a solicitação à Justiça.
Na oportunidade, os familiares, que seguravam cartazes e balões, disseram que não iam desistir de cobrar resposta sobre o caso.
O crime
Jéssica Regina Macedo Carmo estava com nove meses de gestação e foi baleada com um tiro nas costas, no último sábado (5). George alegou que o disparo foi acidental, mas a família da vítima rebateu a informação.
Mesmo após se apresentar na delegacia, George não foi preso inicialmente porque havia passado o prazo do flagrante.
George ocupava o cargo de chefe de gabinete na prefeitura e foi exonerado do cargo na segunda-feira (7). Na ocasião, a prefeitura também repudiou "qualquer tipo de violência, sobretudo aquela praticada contra mulheres".
O caso era investigado pela Delegacia de Santo Estevão. No entanto, a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito, determinou que a Coordenadoria Regional de Feira de Santana assuma o trabalho, para que o inquérito seja concluído com mais rapidez.
Versões contraditórias
A família de Jéssica disse que além do ferimento do tiro nas costas, ela tinha hematomas pelo corpo. O pai da vítima chegou a ir ao Hospital Doutor João Borges Cerqueira, onde ela foi socorrida, e encontrou com George na unidade. Na ocasião, o ex-vereador disse que sua esposa tinha caído em cima de uma gaveta.
"Para o meu esposo ele falou uma coisa, para o meu pai ele falou outra, que ela caiu e bateu a barriga na gaveta. Quer dizer, duas versões, ele já está mentindo", questionou Vitória Régis.
O investigado se apresentou à delegacia e disse, em depoimento, que lavava o carro na porta de casa quando Jéssica o chamou para conversar sobre o relacionamento. George disse que ela estava com as mãos para trás e que ele teria desconfiado do gesto.
George narrou ainda que houve uma discussão e, em seguida, um disparo de forma acidental. Ainda no depoimento, o ex-vereador disse que ficou parado, olhando para o teto, porque pensou que o tiro tinha atingido a casa.
Depois disso, George disse ter percebido que Jéssica havia sido baleada nas costas, então, a levou para o hospital.
Imagens das câmeras
A família da vítima afirma que o imóvel onde o casal morava tem câmeras de segurança, mas as imagens teriam sido apagadas antes de Jéssica ser levada ao hospital.
A coordenadoria que passou a investigar o caso informou que vai apurar o suposto apagamento das imagens das câmeras de segurança da casa, e disse ainda que solicitou os registros das câmeras de monitoramento da região onde fica a residência.
Nesta sexta, a defesa de George negou que o ex-vereador tenha apagado as imagens, como alega a família de Jéssica. Segundo o advogado, todas as imagens estão em posse do delegado que acompanha do caso.
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