Estudante Universitário
Filho que matou e ateou fogo no corpo do pai é condenado a 27 anos de prisão em São Luís; comparsa pega 24 anos
Após matarem o idoso a golpes de faca, os réus enrolaram o corpo em uma rede e atearam fogo para simular um incêndio.
O 4º Tribunal do Júri de São Luís condenou, no fim da noite dessa segunda-feira (6), Lucas Sousa Almeida, de 23 anos, pela morte do próprio pai, João Bonifácio de Almeida. O réu foi sentenciado a 27 anos e 6 meses de prisão. Acusado de participação no crime, Raimundo Wagner Mineiro foi condenado a 24 anos e 9 meses de reclusão.
O juiz José Ribamar Goulart Heluy Júnior, titular da 4ª Vara do Júri, negou aos acusados o direito de recorrer, em liberdade, da decisão dos jurados. Após a sessão, os réus foram levados de volta à Penitenciária de Pedrinhas, onde já estavam presos.
Lucas Sousa Almeida foi condenado pela prática e participação no crime. A condenação de Raimundo Wagner Mineiro foi pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Eles vão cumprir a pena, inicialmente, em regime fechado no Complexo Penitenciário de São Luís. O juiz deixou de considerar o período em que os condenados estão presos provisoriamente pelo crime.
O crime
O crime ocorreu na noite do dia 26 de março de 2018, na casa da vítima, localizada em um sítio, na Vila Tiradentes, área da Vila Maranhão. Após matarem o idoso a golpes de faca, os réus enrolaram o corpo em uma rede e atearam fogo para simular um incêndio.
O filho da vítima era estudante de Direito de uma faculdade particular de São Luís. Ele foi preso na instituição de ensino superior semanas depois do assassinato.
Os dois suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público, por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil.
Consta nos autos que João Bonifácio de Almeida era caminhoneiro autônomo. Ele conheceu, em um posto de gasolina, Ivonete de Sousa Silva, e iniciaram um relacionamento amoroso. Conviveram por cerca de cinco anos, e dessa união nasceu Lucas Sousa Almeida.
A vítima estava em litígio com a ex-companheira pelos bens que consistiam em uma casa, um caminhão e um automóvel.
Lucas contou que na noite do crime foi com a mãe e o outro acusado até o sítio onde o pai morava; que ele e Ivonete de Sousa Silva estavam conversando com João Bonifácio de Almeida quando Raimundo Wagner Mineiro, que ficara esperando no carro do lado de fora da residência, entrou no imóvel e começou a esfaquear a vítima. Afirmou, ainda, que em estado de choque saiu sozinho do local no automóvel que alugara. Também falou que não denunciou Raimundo Wagner porque ele denunciaria a sua mãe; que por medo da genitora ser presa, Lucas disse que assumiu a autoria do crime.
Ainda no depoimento na Justiça, Lucas Almeida acusou sua mãe e Raimundo Wagner de planejarem o assassinato da vítima. Já perante a autoridade policial, conforme consta nos autos, o estudante universitário disse que após discutir com o pai e alegando legítima defesa desferiu uma facada no peito da vítima; arrastou o corpo para o quarto; jogou gasolina sobre o colchão, ateando fogo; saiu do imóvel e só retornou no dia que o corpo foi encontrado. Lucas Sousa Almeida apresentou várias versões para o crime.
Ao ser interrogado durante a audiência de instrução, na 4ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, o denunciado Raimundo Wagner Mineiro negou que tenha assassinado João Bonifácio de Almeida e afirmou que estava em casa quando o crime ocorreu.
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