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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Política de saúde da Prefeitura garante atendimento para pessoas com transtornos mentais

Política de saúde da Prefeitura garante atendimento para pessoas com transtornos mentaisCom uma rede de atendimento humanizada e a oferta de serviços qualificados, a Prefeitura de São Luís vem cumprindo seu papel no que tange à política de saúde voltada para pessoas com transtornos mentais. Entre os dispositivos da Prefeitura de São Luís para o atendimento desses pacientes, estão os serviços oferecidos no Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), localizado no Turu, e as Residências Terapêuticas instaladas nos bairros São Cristóvão, Ipase e Filipinho.
"Por orietação do prefeito Edivaldo a Prefeitura trabalha para reforçar o novo modelo de atenção à pessoa com transtorno mental, que é mais humanizado e deve acontecer preferencialmente fora dos hospitais. Esses espaços, como a Residência Terapêutica e os CAPS, não são instalações médicas, mas ambientes que favorecem a melhoria da qualidade de vida e a reinserção social dos pacientes", explicou a secretária municipal de Saúde (Semus), Helena Dualibe.
No CAPSi, que é um serviço de porta aberta – onde não há necessidade de encaminhamento médico e funciona de segunda à sexta-feira das 8h às 18h – os pacientes têm acompanhamento médico, psicoterapêutico com enfermeira, terapia ocupacional, assistência social, pedagogia, psiquiatria, psicologia e terapeuta familiar, entre outros atendimentos.
O trabalho realizado no local visa promover a reinserção social através da garantia dos seus direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O público-alvo são crianças e adolescentes com transtornos mentais severos e persistentes, bem como seus familiares ou responsáveis legais.
O dispositivo tem mudando a vida de famílias como a da dona de casa Darqcileny Araújo da Silva, que tem um filho de 9 anos que é atendido há dois no centro. Ela contou que com o acompanhamento que tem recebido no local, que inclui auxílio psicólogo, terapeuta ocupacional, atendimento de serviço social, a criança, que era agressiva, tem mudado de comportamento.
"Eu recebia sempre reclamação da escola por conta desse comportamento dele e a partir do tratamento com medicamento e com o acompanhamento de psicólogo mais as oficinas terapêuticas, ele é outra pessoa, melhorou bastante. Aqui a gente recebe todo o apoio necessário para a criança e também para a família já que muitas vezes não sabemos lidar com essa situação", disse Darqcileny Silva.
Ana Lucia Soares, que recebe há um ano o acompanhamento da equipe do CAPSI, também disse que já percebe a mudança do comportamento do filho de 5 anos que é atendido no centro. "Tem sido muito importante o atendimento que recebemos aqui. Ele tem melhorado muito. Até agora ele apenas recebe o acompanhamento com o psicólogo e participa das oficinas aqui no espaço, não faz uso de nenhuma medicação e já percebo melhora", contou.
São funções do CAPSi, segundo explicou a diretora-geral do centro, Lisiane de Oliveira Castro Almeida, inserir o individuou na sociedade de modo que ele tenha uma vida ativa. "A proposta é trazer essas pessoas para cá para que elas possam vir de acordo com sua necessidade, diariamente, semanalmente ou mensalmente, mas tenham uma vida social ativa. Então o CAPSi trabalha dessa forma: trazendo o indivíduo para cá para que não seja preciso sua internação e tenha uma vida ativa", explicou Lisiane Almeida.
RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA
As Residências Terapêuticas, por sua vez, são casas, locais de moradia, destinadas a pessoas com transtornos mentais que permaneceram em longas internações psiquiátricas e impossibilitadas de retornar às suas famílias de origem. O atendimento é realizado por meio de cuidadores que trabalham junto a estes pacientes na busca de sua autonomia e convívio em sociedade.
Essa modalidade de serviço, segundo explicou a diretora das Residências Terapêuticas localizadas do São Cristóvão e no Ipase, Ana Beatriz Máximo Nogueira, visa a desinstitucionalização, ou seja, investe nas potências dos portadores de sofrimento psíquicos, aposta na sua convivência urbana e constitui-se também como um espaço de cuidado. "Como tal, orienta essas pessoas num processo gradativo e cada vez mais amplo no cuidado de si, rompendo com a lógica tutelar e promovendo autonomia", disse Beatriz Nogueira.

As três residências abrigam cerca de 20 pacientes. Dentre as histórias dos pacientes estão as de pessoas que foram abandonadas pelos parentes em hospícios. É o caso da Daniela Araújo Silva, 38 anos, moradora da Residência Terapêutica localizada no São Cristóvão. Agora bem recuperada, ela conta que foi internada quando tinha 18 anos. Após muitas internações ela foi abandonada pelo tio que hoje não sabe o paradeiro. "Eles não queriam cuidar de mim. Achavam que eu era louca. Passei por momentos difíceis, mas estou bem melhor e se não fosse o amparo que estou recebendo aqui, não sei como estaria", contou Daniele Silva.

Nas casas, os pacientes são inseridos nas atividades domésticas em grupo, além de sair com a supervisão de cuidadores para passear e fazer compras. A partir de pequenos hábitos, os profissionais vão desenvolvendo ludicamente a autonomia dos pacientes. "Aqui estamos bem acolhidos", disse Rita Moema, 44 anos que vive na casa com o irmão, Cássio Moema. Ela contou que o irmão, que há anos sofria de transtornos mentais, teve o quadro agravado com a morte da mãe. "Eu também desenvolvi um quadro grave de depressão após a morte da nossa mãe e vendo meu surtar. A gente estava desamparado até sermos acolhidos pelo serviço da residência", completou Rita Moema.

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