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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Veja os desafios que Macron, presidente eleito da França, tem pela frente

Macron obteve 66% dos votos contra Marine Le Pen, da extrema direita, que somou 34%.


O centrista Emmanuel Macron venceu neste domingo (7) o segundo turno das eleições para a presidência da França. Macron obteve 66% dos votos contra Marine Le Pen, da extrema direita, que somou 34%, segundo números oficiais divulgados pelo ministério do Interior.
Macron, 39 anos, é o mais jovem presidente da história do país. Ele foi ministro da Economia do presidente François Hollande, e jamais havia disputado uma eleição.
Apesar da ampla vantagem na votação, pesquisas realizadas antes do segundo turno indicaram que grande parte dos eleitores franceses votou em Macron por falta de escolha e não por aderir às suas ideias, o chamado voto útil.
Seu programa prevê várias reformas, como a da legislação trabalhista, fiscal, do seguro desemprego e da Previdência, com a unificação do sistema de cálculo das pensões de servidores e de trabalhadores do setor privado.
Entre os principais desafios do novo presidente eleito da França, estão:

1) Obter maioria no parlamento

É o grande desafio de Macron após sua posse. Para conquistar maioria parlamentar nas eleições legislativas em junho, são necessárias 290 cadeiras de um total de 577.
Sem maioria parlamentar, o presidente eleito terá dificuldades para realizar as várias reformas que prometeu durante a campanha.
De acordo com uma pesquisa do instituto Ipsos, divulgada na noite de domingo, 61% dos franceses não desejam que o presidente eleito obtenha maioria no Parlamento, o que indicaria a preferência pela formação de um governo de coalizão que incorporasse partes de programas de outros partidos.

2) Reduzir o desemprego

Macron afirma que a redução do desemprego está no “centro” de seu programa. A taxa atual é de 10%, mas atinge índices mais elevados em algumas regiões do país.
O presidente eleito prevê uma reforma para flexibilizar as leis trabalhistas, com a possibilidade de empresas e categorias fixarem acordos trabalhistas, além de redução de encargos pagos pelas empresas e um programa de investimentos de 15 bilhões de euros (mais de R$ 52 bilhões) para a formação de trabalhadores, sobretudo os com baixa qualificação.
Uma das primeiras medidas de seu governo será a flexibilização das leis trabalhistas, que ele pretende implementar por meio de medidas provisórias, o que deve causar protestos.

3) Cortar os gastos públicos

O presidente eleito defende cortes de 60 bilhões de euros (mais de R$ 200 bilhões) durante seu mandato. Para realizá-los, prevê demitir 120 mil servidores, além de reduzir gastos nas áreas do seguro-saúde e do seguro desemprego e diminuir a transferência de recursos para os municípios.
Para Macron, o peso dos gastos públicos na França deverá ser reduzido progressivamente até atingir a média na zona do euro, que é de 48,5% do PIB – ante 57% na França.

4) Divisões da sociedade

Macron terá de enfrentar uma sociedade francesa muito dividida: os candidatos extremistas obtiveram 50% dos votos no primeiro turno da eleição.
A nacionalista Marine Le Pen, antiliberal e antieuropeia, conquistou mais de 10,6 milhões de votos no segundo turno, novo recorde da Frente Nacional, apesar do resultado ter ficado abaixo do indicado nas pesquisas.

5) Reforçar a integração da União Europeia

O presidente eleito chegou na noite de domingo à esplanada do museu do Louvre para celebrar sua vitória ao som da Ode à Alegria , de Beethoven, que é o hino da União Europeia. O pró-europeu quer fazer várias mudanças no bloco e aprofundar a integração.
Macron defende a harmonização da proteção social dos trabalhadores da UE, para evitar grandes disparidades entre os países (que levam à transferência de empresas para países com custos mais baixos de produção) e também da fiscalidade das companhias.
Ele prevê ainda reforçar a zona do euro, com um orçamento comum e um ministro da Economia para os países do grupo.
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