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quinta-feira, 18 de maio de 2017

“Esta semana, segundo o Estadão, Cunha disse a amigos que “se a JBS delatar, será o fim da República”.
E o que virá depois?”
O presidente Michel Temer (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Está nas mãos de um homem, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, o destino do ainda presidente Michel Temer e de todos nós. Cadê a gravação?
Desde o início da noite de quarta feira, quando o portal de O Globo publicou a manchete “Dono da JBS grava Temer dando aval para comprar silêncio de Cunha”, o Brasil entrou em transe se perguntando o que vai acontecer agora.
A explosiva conversa com o presidente Temer gravada em março no Palácio do Jaburu pelo delator Joesley Batista, dono da JBS, que abalou os alicerces da República, circula há 70 dias por Brasília.
Por que só foi divulgada agora por Lauro Jardim, colunista de O Globo, antes que o ministro Fachin tomasse as devidas providências diante da gravidade do caso envolvendo o presidente da República?
Quando a bomba estourou, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encerrou abruptamente a sessão e correu para o Palácio do Planalto, onde começou uma reunião de emergência.
Fachin deixou o STF sem falar com ninguém e, até as nove da manhã desta quinta-feira, hora em que comecei a escrever, o ministro ainda não havia se manifestado.
Temer divulgou uma curta nota à imprensa para dizer que recebeu o empresário, mas “não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.
O que eles conversaram de fato só vamos saber quando o relator da Lava Jato acabar com este estranho mistério.
Se for confirmada a denúncia feita pelo jornal O Globo, o governo Temer acabou, e começa a disputa no Congresso para saber quem vai ficar no seu lugar.
Caso contrário, se a versão da nota do presidente for verdadeira, como ficamos?
A oposição já pediu o impeachment do presidente, o povo logo foi às ruas nas principais capitais do país para pedir Diretas Já, as empresas brasileiras perderam valor na Bolsa de Nova York, e até partidos da base aliada pedem a renúncia de Temer.
Desde abril, quando os irmãos Joesley e Wesley Batista prestaram depoimento à Procuradoria Geral da República, o conteúdo foi comunicado ao ministro Edson Fachin.
No último dia 10 de maio, os dois teriam ido ao gabinete do relator da Lava Jato para o acordo de delação premiada, que agora vazou na imprensa.
Ao contrário das outras denúncias contra o presidente sobre fatos anteriores à sua posse, desta vez tudo aconteceu em pleno mandato presidencial de Temer.
Caso seja confirmada a tentativa de obstrução da Justiça, Temer poderá não só ser afastado do cargo pelo STF, como aconteceu com Eduardo Cunha, que hoje se encontra preso em Curitiba, condenado a 15 anos e quatro meses, mas ter o mesmo destino do ex-aliado.
Esta semana, segundo o Estadão, Cunha disse a amigos que “se a JBS delatar, será o fim da República”.
E o que virá depois?

Blog do robert lobato

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