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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Israel lança ataque aéreo contra o Irã, mas drones são abatidos, diz imprensa internacional

Os dois países não falaram oficialmente sobre ataque, mas autoridade iraniana informou sob anonimato que não houve estragos. Em encontro do G7, secretário de Estado dos EUA negou envolvimento dos norte-americanos; ministro italiano disse que EUA foram informados por Israel sobre o ataque no 'último minuto'.


Israel lançou um ataque contra o Irã, informou a imprensa dos Estados Unidos, na noite desta quinta-feira (16), citando um oficial americano. Segundo o jornal "The New York Times", autoridades israelenses confirmaram o ataque sob condição de anonimato. A imprensa iraniana informou que drones foram abatidos e, segundo um militar do país, nenhum estrago foi causado.


Explosões foram ouvidas próximas de uma base militar de Isfahan, uma das maiores cidades iranianas, a 450 km da capital, Teerã. A região tem instalações nucleares e, segundo uma autoridade iraniana, os barulhos ouvidos resultam da ação do sistema de defesa aérea, que foi ativado. Nenhuma instalação nuclear foi afetada. Segundo a autoridade, não houve ataque de mísseis. O espaço aéreo chegou a ser fechado, e voos foram cancelados.

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Irã e Israel não falaram oficialmente sobre o ataque. As informações divulgadas até a última atualização desta reportagem foram dadas à imprensa por autoridades dos países sob a condição de anonimato. Não se sabe ainda quantos drones foram lançados, mas a imprensa do Irã informou que, por volta das 21h30 (horário de Brasília), três drones que sobrevoavam Isfahan foram abatidos.

O ataque ocorre menos de uma semana após o Irã lançar, no último sábado (13), mais de 300 mísseis e drones em um ataque sem precedentes contra Israel. Desde então, o governo israelense avaliava uma resposta militar. Relembre a crise entre os países mais abaixo.

EUA negam envolvimento com ataques

Durante reunião do G7 em Capri, na Itália, o secretário de Estado dos Estados Unidos informou que não tem envolvimento com o ataque. "Eu não vou comentar sobre isso, exceto que os EUA não estão envolvidos em nenhuma operação ofensiva".

O ministro de Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que os EUA foram informados por Israel sobre o ataque no "último minuto" e que os norte-americanos não tem envolvimento.

Sem plano de retaliação imediata.

Outro militar sênior ouvido pela agência Reuters disse que o Irã não tem planos para uma retaliação imediata contra Israel, já que as circunstâncias do ataque não estão claras.

"A origem estrangeira do incidente não foi confirmada. Não recebemos nenhum ataque externo, e a discussão parece mais uma infiltração do que um ataque", disse a autoridade iraniana sob condição de anonimato.

Autoridades dos Estados Unidos disseram à Reuters que o país não está envolvido no ataque, mas que foi notificado por Israel sobre a ação.

Além do Irã, a agência estatal de notícias da Síria disse que o país foi alvo de um ataque de mísseis contra bases de defesa aérea, nesta sexta-feira (19). A agência responsabilizou Israel pelo bombardeio.

Até a última atualização desta reportagem, Israel e Irã não haviam se pronunciado sobre o assunto oficialmente.

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Reposta de Israel

Até então, o governo de Israel estava discutindo como seria a resposta aos ataques do Irã do último sábado. Segundo o canal israelense Channel 12, Israel queria lançar uma réplica para "ferir" o Irã sem chegar ao ponto de provocar uma guerra regional.

Por outro lado, o Irã disse que lançaria uma ofensiva ainda maior contra Israel caso fosse alvo de um contra-ataque.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou em uma conversa com o emir do Catar que qualquer ação contra os interesses do país receberá uma resposta severa.

Nesta quinta-feira, o Irã disse que poderia reavaliar sua doutrina atômica — que oficialmente é voltada para fins pacíficos — caso Israel mirasse instalações nucleares do país.

Crise entre Israel e Irã.

A escalada na crise entre Irã e Israel começou no dia 1º de abril. Naquele dia, um ataque israelense matou um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas, na Síria.

O bombardeio atingiu a embaixada do Irã em Damasco e foi conduzido por aviões militares. À época, Israel evitou comentar o caso, mas fontes da Defesa israelense confirmaram a autoria do bombardeio ao jornal "The New York Times".

Um dia depois do ataque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que Israel iria se arrepender do ataque.

Nos dias seguintes, começaram a circular informações sobre a possibilidade efetiva de uma resposta do Irã. O governo dos Estados Unidos, inclusive, demonstrou preocupação diante da ameaça.

A resposta efetiva veio no dia 13 de abril, quando o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel, em um ataque sem precedentes.

A agência de notícias Associated Press informou que aquela foi primeira vez que o Irã lançou um ataque militar direto a Israel, apesar de mais de quatro décadas de uma inimizade que remonta à Revolução Islâmica de 1979.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos mísseis e drones lançados. Parte dos projeteis foi derrubada com a ajuda dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.

O ataque levou os Estados Unidos a aplicarem novas sanções contra o Irã. No entanto, a Casa Branca avisou a Israel que não participaria de um contra-ataque conduzido pelos israelenses.

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