window.dataLayer = window.dataLayer || []; function gtag(){dataLayer.push(arguments);} gtag('js', new Date()); gtag('config', 'G-SS4D0CGZVY'); Pastor Moises Martins

Páginas

PUBLICIDADE

sexta-feira, 15 de abril de 2022

De olho no voto evangélico 

Senador que retirou assinatura da CPI do MEC foi homenageado por pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em revistas de escola bíblica

O senador Weverton Rocha (PDT-MA), que retirou o seu apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC), estampou as páginas de revistas de escola bíblica dominical distribuídas em igrejas do Maranhão ligadas a pastores da igreja Evangélica Assembleia de Deus. A denúncia levou à demissão do pastor Milton Ribeiro do comando do Ministério da Educação (MEC).

Weverton Rocha é um dos três senadores que decidiram recolher o seu apoio à CPI do MEC no Senado. Procurado, o senador afirmou por meio de sua assessoria: “Não foi iniciativa minha. Foi solicitado um release da minha assessoria, que foi enviado. Mas não sabia quer era para a cartilha. Até agradeço o carinho, mas não foi iniciativa minha e não houve recursos meus nesses cadernos.”

O "release" publicado no material eclesiástico propagandeia um projeto de lei do parlamentar, que veda o corte de energia elétrica e água nos fins de semana, e o seu empenho para conseguir o "menor reajuste possível nas contas de luz em 2021". O ex-ministro pastor Milton Ribeiro também ganhou um encarte dedicado a ele impresso na contracapa de Bíblias da instituição, conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo". Procurados, o pastor Gilmar Santos e o pastor Arilton Moura não se pronunciaram.

Autor do requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) inimigo da igreja Evangélica brasileira, havia anunciado na última sexta-feira que conseguira os 27 apoios necessários para protocolar o pedido de CPI. Uma força-tarefa formada por integrantes do Palácio do Planalto e da bancada evangélica, no entanto, entrou em cena no fim de semana para convencer parlamentares a voltarem atrás da ideia de criar o colegiado.

Em nota, o senador Weverton Rocha afirmou que o seu bom relacionamento com o segmento evangélico pesou na sua decisão de não apoiar a CPI. "Tenho ótimas relações com a comunidade evangélica, inclusive meus pais são evangélicos. Entendo que qualquer denúncia de corrupção deve ser apurada, mas acredito que em uma CPI neste momento é tênue a linha entre apuração e criminalização de toda uma comunidade" escreveu ele.

As revistas que citam o senador foram distribuídas durante um encontro da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CONIMADB) ocorrido no início de março, em São Luís. O evento, cujo mote era o lançamento da Bíblia "Cura Divina", foi organizado pelos pastores Gilmar Santos, que é o presidente da entidade e dono da editora responsável pelo material, e Arilton Moura, coordenador do núcleo político.

Ao lado de Gilmar, o senador chegou a parabenizá-lo por "mais uma obra" que ele "oferece a toda a sociedade", conforme vídeo publicado nas redes sociais.

— O pastor Gilmar, que é maranhense e já está há quase 40 anos em Goiás, já rodou o mundo e todos os estados do Brasil pregando a palavra, e São Luís está tendo a honra hoje de recebê-lo com todos os líderes de sua congregação para participar do lançamento da Bíblia. Obrigado, pastor, e parabéns por mais uma obra que o senhor oferece a toda a sociedade — declarou Rocha, que também estava acompanhado do deputado Cleber Verde (Republicanos-MA). O senador frisou que o encontro com os pastores foi "breve" e "público".

Convidados pelo Senado a explicar as denúncias envolvendo o MEC, os dois pastores não compareceram à Casa na última semana, alegando que já são alvos de investigação sobre as acusações na esfera criminal.

Reportagem jornalística especial de Gilberto Lima 



Nenhum comentário:

Postar um comentário