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sábado, 12 de fevereiro de 2022

 Na cidade Jauru

Autoridades investigam sequestro de jovem maranhense no MT; OAB-MA diz que pode ser um crime de xenofobia
Segundo testemunhas, o jovem foi levado por homens armados, que invadiram o alojamento em que João Felipe e outros trabalhadores maranhenses estavam, na cidade Jauru, para mandar eles voltarem ao Estado de origem.


As autoridades do Maranhão e do Estado do Mato Grosso estão investigando o sequestro de um jovem maranhense, na cidade Jauru, que fica a 400 km da capital Cuiabá.

João Felipe Santos Bogéa, de 23 anos, natural da cidade de Arari, no Maranhão, está desaparecido desde o último domingo (6). Segundo a família, ele estava no Mato Grosso há nove meses, após ser contratado por uma empresa de engenharia, para trabalhar na construção de uma usina hidrelétrica em Jauru.

Segundo testemunhas, o jovem foi levado por homens armados, que invadiram o alojamento em que João Felipe e outros trabalhadores maranhenses estavam, para mandar eles voltarem ao Estado de origem.

Sem respostas há seis dias, os pais do jovem estão angustiados e apelam às autoridades do Maranhão e do Mato grosso.

“Eu faço um apelo ao secretário de Segurança Pública do Maranhão, doutor Leonardo Diniz, que entre em contato com o secretário de segurança do Mato Grosso, para que auxilie a polícia a ajudar na busca a favor do meu filho, porque meu filho foi sequestrado domingo a noite e hoje já está em seis dias e não tem nenhuma notícia do meu filho”, pediu Maria do Nascimento Santos, mãe de João Felipe.

Segundo relatos dos colegas de trabalho, João Felipe estava no alojamento em uma casa com outros 10 trabalhadores do Maranhão, quando oito homens armados invadiram o local e deram um prazo de 24 horas para que todos os maranhenses deixassem a cidade.

Ainda segundo os trabalhadores, os homens espancaram João Felipe, após ver algo no celular dele, que os incomodou, e depois o levaram.

“Eles deixaram também uma mensagem, que os maranhenses deveriam sair de lá, que a empresa deveria dar emprego para os habitantes de Jauru. E aí eles ameaçaram, deram um prazo de 24h, pra que eles saíssem da cidade, porque senão eles voltariam e incendiariam a casa onde estava o alojamento. Então, a gente está vivendo um momento muito difícil como família”, disse Tereza Bogéa, tia de João Felipe.


Todos os maranhenses que estavam na cidade de Jauru, nos três alojamentos alugados pela empresa para os trabalhadores, já retornaram ao Maranhão com medo das ameaças que sofreram.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA) está acompanhando o caso e acredita que pode ter havido xenofobia, um crime de ódio pelo fato de os trabalhadores serem nordestinos que foram ao Mato Grosso para trabalhar.

“Essas pessoas que cometeram esses crimes deixaram muito evidente que é a ofensiva a trabalhadores maranhenses. E que seria uma obrigação para a empresa local fazer a contratação somente dos trabalhadores que fossem nascidos no Estado do Mato Grosso. Então, a gente enxerga a possibilidade do crime de xenofobia, haja vista que há ameaça àqueles que não nasceram no local”, afirmou Eric Moraes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA

A Polícia Civil do Mato Grosso também acompanha o caso.

“Nós estamos em contato com a Polícia Civil do Maranhão, nós estamos trocando informações pra que nós possamos identificar os autores, o que aconteceu com o João Felipe. Então, nós nos sensibilizamos com a família, porque é um ente querido, um filho que está desaparecido, mas tenham certeza que nós vamos fazer todos os esforços necessários, para que nós consigamos identificar e saber, de fato, o que aconteceu ou o que está acontecendo nessa situação”, destacou o delegado da Polícia Civil do Mato Grosso Marcos Lyra.

A Polícia Civil de Arari, no Maranhão, já ouviu depoimentos de seis trabalhadores do Estado, que estavam nos alojamentos da empresa em Mato Grosso.

Enquanto isso, parentes de João Felipe cobram agilidade das autoridades na investigação.

“Cada dia que passa é uma tortura. Cada minuto que passa, eu não vou negar, que a esperança da gente diminui cada dia mais. Mas o que a gente puder fazer pra encontrar ele, seja como for, a gente vai fazer. A gente quer a Justiça, é isso que a gente quer”, declarou Kayke Bogéa, irmão de João Felipe.

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