VÍDEO: Vendedor do Supermercado Carrefour humilhado por gerente enquanto limpa chão no MS é acreano
Há quatro anos, Pedro Henrique Monteiro da Silva, 23 anos, saiu do Acre para tentar ganhar a vida em Campo Grande. Nesta segunda-feira (25), sua saga ganhou um capítulo não tão agradável: um vídeo dele, sendo humilhado pelo gerente de uma famosa rede de supermercados, viralizou nas redes e ganhou manchete nos principais sites de notícias do Brasil.
“Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra um vendedor do hipermercado Carrefour sendo humilhado pela gerente, enquanto limpa o chão da loja de joelhos. A imagem foi gravada por uma cliente, que presenciou e se indignou com a cena em Campo Grande, Mato Grosso do Sul”, destacou o Extra.
No vídeo, Pedro Henrique aparece, esfregando o chão com um pano. Ao lado dele aparece uma mulher, que parece gravar o funcionário ao mesmo tempo em que diz: “Olha aí, só pra você esse cara tem valor. Esses meninos, eles não limpam a casa deles”.
Em nota, a assessoria de imprensa do Carrefour informou que a funcionária foi afastada e que o caso esta em investigação.
Pedro Henrique cedeu entrevista ao G1 e falou sobre o caso. “Eu tinha terminado de fazer minhas tarefas, e ela (a gerente) pediu para eu dar uma mão para um colega. Eu falei que tudo bem. Limpei os fogões, limpei geladeira, fiz minha parte. Depois, eu estava limpando lá, ela viu uma fita no chão, eu acho que é aquela de demarcação de distanciamento da Covid, ficou aquela cola preta. Ela falou: a gente tem que tirar isso”, explica.
A história de Pedro foi contada pelo site. “Pedro saiu do Acre para tentar ganhar a vida em Campo Grande. O vendedor conta que foi um gerente do hipermercado que lhe ofereceu uma oportunidade de emprego, quando encontrou com ele vendendo trufas, em um semáforo”, diz um trecho da reportagem.
“Eu estava procurando emprego e enquanto isso vendia trufas feitas pela minha mãe. O gerente passou por lá e disse que se eu conseguisse vender tudo naquele dia, ele me daria uma chance. Antes do meio-dia, eu já tinha vendido e liguei para ele, que cumpriu a palavra e me contratou como vendedor de cartão”, contou Pedro ao site.
‘Medo de ser demitido’
Ao g1, Pedro Henrique contou que a situação ocorreu no fim do mês passado, entre 26 e 30 de setembro. Ele diz que não se recorda da data exata.
“Eu tinha terminado de fazer minhas tarefas, e ela [a gerente] pediu para eu dar uma mão para um colega. Eu falei que tudo bem. Limpei os fogões, limpei geladeira, fiz minha parte. Depois, eu estava limpando lá, ela viu uma fita no chão, eu acho que é aquela de demarcação de distanciamento da Covid, ficou aquela cola preta. Ela falou: a gente tem que tirar isso. Eu chamei a equipe de limpeza, eles tentaram tirar e também não conseguiram, disseram que precisava usar uma máquina. Eu falei para ela que não tinha como a equipe limpar, porque a máquina não estava na loja. Ela falou que eu tinha que fazer e já começou a ficar nervosa”, relembra o funcionário.
Pedro diz que não percebeu que a cliente estava filmando. Só ficou sabendo do vídeo depois que ele viralizou. Mas, confirma que essa não foi a primeira vez que foi vítima de assédio por parte da mesma gerente.
“Já é costume ela ser assim, desde que chegou. Mas eu não queria mídia, não queria manchar o nome da empresa. Eu tinha outros gerentes muito bons. Eles me deram uma oportunidade, eu quero crescer. Tenho medo de ser demitido”, revela o vendedor.
O vendedor conta ainda que, depois do episódio, passou a ser vítima de chacota entre os colegas e precisou pedir um afastamento médico, mas em nenhum momento foi procurado pela empresa.
“Eles [colegas de trabalho] ficam de brincadeira comigo, fizeram até ‘meme’. Poucos ficaram do meu lado. Ninguém nunca me chamou pra perguntar o que aconteceu, para me tranquilizar, ninguém falou nada. Eu não sou de ficar me ‘vitimizando’, mas acho que merecia pelo menos um pedido de desculpas”, diz.
De vendedor de trufas a destaque de loja
Há quatro anos, Pedro saiu do Acre para tentar ganhar a vida em Campo Grande. O vendedor conta que foi um gerente do hipermercado que lhe ofereceu uma oportunidade de emprego, quando encontrou com ele vendendo trufas, em um semáforo.
“Eu estava procurando emprego e enquanto isso vendia trufas feitas pela minha mãe. O gerente passou por lá e disse que se eu conseguisse vender tudo naquele dia, ele me daria uma chance. Antes do meio-dia, eu já tinha vendido e liguei para ele, que cumpriu a palavra e me contratou como vendedor de cartão”, relembra.
Pedro diz que em pouco tempo bateu recordes de vendas e foi promovido. Nesse intervalo, iniciou duas faculdades, Direito e Administração, mas só conseguiu permanecer em uma, pois com a melhoria no salário, perdeu uma das bolsas.
Filho mais velho de seis irmãos, atualmente, o rapaz mora com a esposa, na casa da sogra, e ajuda a mãe no sustento dos irmãos caçulas.
“O meu maior medo era ser demitido, porque eu preciso do emprego. Quero terminar minha faculdade, construir minha casa, quero crescer”, finaliza.
Confira abaixo a íntegra da nota do Carrefour sobre o caso:
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