Lula manda agora no STT SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Indicada por Lula, Verônica Abdalla Sterman toma posse como 2ª ministra mulher do STM em 207 anos
Ministra foi nomeada para uma das cinco vagas destinadas a civis na Corte
— Que este marco não seja apenas um símbolo isolado, mas um passo para que nosso Judiciário no futuro não precise mais de datas, de gestos ou de estatísticas para lembrar que mulheres estão presentes em igualdade e que nossas filhas e netas encontrem um Judiciário em que a igualdade seja um pressuposto, não uma conquista. Que a presença feminina em nossas cortes seja natural, cotidiana e corriqueira como deve ser em uma democracia madura — disse a nova ministra.
Veronica é advogada de formação e atuava na profissão até ser escolhida por Lula. Já teve como clientes a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, seu ex-marido e ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo e o vice-presidente da República Geraldo Alckmin. Os três apoiaram a candidatura da ministra e vieram à sua posse. Em sua fala, Veronica agradeceu o apoio dos ex-clientes.
— Não venho para substituir uma visão, mas para acrescentar outra, fruto de quem esteve do lado oposto do balcão, de quem acompanhou as dores reais das pessoas que buscam no Judiciário não apenas sentenças, mas esperança — disse, ao lembrar a trajetória como advogada.
A nova ministra faz companhia à presidente da Corte, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, indicada por Lula em 2007 e que foi a primeira mulher a ser magistrada do STM. Ambas ocupam duas das cinco cadeiras destinadas a civis no tribunal. O colegiado é formado por 15 ministros, dos quais 10 são necessariamente militares.
A presidente do STM também discursou na cerimônia, à qual veio também o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Maria Elizabeth Rocha ressaltou que “a presença feminina nos espaços de poder reforça a legitimidade estatal e humaniza as instituições”.
— Ao recebê-la como a segunda mulher nomeada, o STM escreve mais um capítulo em sua história bicentenária — disse Maria Elizabeth.
O ministro Artur Vidigal de Oliveira, outro ministro civil, também discursou na posse de Veronica. Disse que ela “possui as qualidades necessárias” para o cargo e que o STM “celebra sua capacidade de se renovar” com a chegada da ministra.
O nome de Veronica chegou a ser criticado pela oposição, que a acusava de ter inflado o currículo ao supostamente ter se apresentado como mestre pela Universidade de São Paulo sem ter apresentado a dissertação, trabalho necessário para que o grau seja concedido. A agora ministra negou ter se apresentado como mestre e afirmou “ter deixado bem claro que não houve apresentação” do trabalho final, negando qualquer omissão. A indicação de seu nome foi aprovada pelo Senado por 51 votos a 16.
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