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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

“Conteúdos violentos podem alterar comportamentos de crianças e adolescentes”, diz psicólogo

Desenhos, jogos e filmes de cunho violentos são geralmente culpabilizados por crimes cometidos por jovens. Mas será o único fator?

A exposição de desenhos, jogos e conteúdos, em geral, de cunho violento na infância estão presentes em nossa sociedade há muito tempo, desde desenhos de super heróis a jogos de tiros em vídeo games. Mas até que ponto esse tipo de conteúdo pode ser consumido sem que altere no comportamento e na saúde mental de crianças e adolescentes

Um caso ocorrido no último dia 16, em Barra do Corda, quando um jovem de 25 anos assassinou um homem com uma faca durante uma celebração católica, pode ser um exemplo disso. As investigações da polícia identificaram nas redes sociais do suspeito postagens com desenhos agressivos e perturbadores de personagens como: Coringa e Jeff The Killer.

De acordo com o professor de psicologia, Alberto Diniz, todo estímulo que o ser humano é exposto pode ser considerado uma forma de aprendizado, mesmo que seja algo considerado inadequado.

“Quando jovens, acessam conteúdos de cunho agressivo, é uma forma de aprendizagem, ou seja, esse indivíduo acaba por acreditar que algumas situações se resolvem com agressividade ou violência. Então, sim, é possível ocorrer mudanças comportamentais a partir do contato com conteúdos de violência, principalmente se esses são expostos em alta frequência”, afirmou o professor.

Em conteúdos televisivos e de streaming é possível que haja um controle sobre a exposição destes materiais, com definições de classificação de faixa etária que indicam para quem o material pode ser exibido. Essa indicação é determinada pela Lei nº 8.069/1990, que obriga a classificação indicativa para programas de rádio e TV. Já na esfera virtual, Alberto conta que esses conteúdos são oferecidos sem uma supervisão legal, tornando a exposição precoce.

Ainda não é possível determinar uma idade exata para que esses conteúdos sejam expostos aos menores, mas podem ser feitas abordagens educativas que mostram nuances positivas e negativas sobre esses materiais agressivos, amadurecendo a mentalidade das crianças e adolescentes ao invés de privatizá-los.

“Precisamos considerar cada etapa do desenvolvimento humano como um momento para a exposição. Uma idade específica seria generalizar o contexto, mas pensemos em um fluxo de que os acessos aos conteúdos mais agressivos devem ser feitos em seguida aos processos psicoeducativos. De modo geral, primeiro você educa e sensibiliza as crianças e adolescentes sobre esse tipo de conteúdo para que, caso ela seja exposta, tenha percepções amadurecidas sobre o que é saudável e o que é prejudicial para ela”, recomendou.

Segundo o psicólogo, para que um conteúdo violento estimule menores de idade a cometerem crimes, precisa haver um conjunto de relações disfuncionais, tais como aspectos da subjetividade, dificuldades de relacionamento, dentre outras.

“O que podemos entender é que as exposições desses conteúdos violentos podem gerar aprendizagens e repertórios para lidar com variáveis semelhantes, tais como, práticas criminosas”, contou Alberto.










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