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terça-feira, 11 de março de 2025

COISA DE DOIDO!

Hospital pode ter nome alterado, após ação popular que questiona “racismo” proferido pelo médico homenageado

Uma ação popular que está sendo movida pode manter ou alterar o nome do Hospital Nina Rodrigues, que fica no Monte Castelo, em São Luís.

Segundo a ação, o médico homenageado, o psiquiatra Raimundo Nina Rodrigues, seria defensor de teorias racistas e eugenistas, que criminalizariam e marginalizariam grupos em situação de risco social, como a população negra e indígena.

A Academia Maranhense de Letras (AML) manifestou-se em carta contra a possível mudança do nome. Rodrigues é respeitável cientista e fundador da antropologia criminal no Brasil. Patrono da Cadeira nº 3 da AML, tem mais de 60 publicações, como médico, dedicou-se por longo tempo ao trabalho clínico em favor das populações mais vulneráveis, diz a carta.

Manifesto pela permanência do nome do HOSPITAL NINA RODRIGUES

Sobre rumores de uma eventual mudança de nome do Hospital Nina Rodrigues, de São Luís (MA), a despeito de acusações de racismo do escritor, professor, antropólogo, psiquiatra, etnólogo e médico legista Nina Rodrigues, a Academia Maranhense de Letras (AML) manifesta-se com os seguintes argumentos:

Pela história, pelos estudos e pesquisas empreendidos ao longo de anos, como respeitável cientista e fundador da antropologia criminal no Brasil, nada apaga a incomensurável contribuição do escritor maranhense, patrono da Cadeira nº 3 da AML, à ciência e a diferentes áreas do conhecimento.

Nina Rodrigues teve seu trabalho reconhecido no Maranhão e em outros estados do País, como a Bahia, onde também é patrono da Cadeira nº 39 da Academia de Medicina.

Na condição de escritor e cientista, Nina Rodrigues deixou importantes obras como legado, em mais de 60 publicações, a exemplo de Regime alimentar no Norte do Brasil (1881), A Morféia em Andajatuba (1886) e O alienado no Direito Civil brasileiro (1901), e inscreveu seu nome na história da imprensa do Maranhão, da Bahia e de periódicos internacionais.


Como médico, dedicou-se por longo tempo ao trabalho clínico em favor das populações mais vulneráveis, o que lhe rendeu o epíteto de “Doutor dos Pobres”.

A pretexto de um revisionismo histórico, negar a obra e o trabalho do maranhense Nina Rodrigues é apagar da memória do Brasil todo o estudo a que ele se dedicou em vida. Por tudo isso, a Academia Maranhense de Letras manifesta-se contra qualquer tentativa de mudança do nome do Hospital Nina Rodrigues e ratifica o indeclinável respeito às lutas legítimas e reais de combate ao racismo e às injustiças sociais.

São Luís (MA), 27 de fevereiro de 2025.

LOURIVAL DE JESUS SEREJO SOUSA

Presidente







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