Quadrilha utilizou conta de morador de rua para receber resgate de empresário
A conta teria sido usada para receber os R$ 12 mil do resgate pago pela família da vítima.
Com a habilidade da polícia em rastrear e identificar integrantes de quadrilhas de sequestradores que usam o PIX para receber o dinheiro do resgate, os criminosos adotam uma nova estratégia: terceirizar o papel de “laranja”, a pessoa que empresta sua conta bancária para receber dinheiro ilegal, a fim de confundir as autoridades.
Em entrevista, exclusiva, ao Grupo Difusora, o delegado Augusto Barros, responsável pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), revelou que esse foi o modus operandi usado pelos sequestradores do dono do supermercado, crime registrado no começo do mês e que ocasionou na prisão de duas pessoas suspeitas de envolvimento no crime.
Segundo Barros, os criminosos usaram a conta com dados e informações de uma pessoa em situação de rua. A conta teria sido utilizada para receber o dinheiro do sequestro enviado pela família do empresário.
Com a conta do ‘laranja’ garantida, o esquema dos criminosos se completava com o ataque a vítima. A intenção era pegar o empresário desprevenido, mantendo-o refém, enquanto negociavam a soltura dele com os familiares.
“Essa primeira pessoa, uma mulher, havia usado a conta fraudulenta com dados de outra pessoa para tentar ocultar a origem, achando que não poderia ser rastreada. No primeiro momento, nós identificamos o recebedor do valor do resgate, realizamos a prisão e autuação em flagrante delito. Essa informação não foi divulgada enquanto íamos atrás dos demais”, contou.
A partir dessa prisão, a Polícia Civil conseguiu chegar ao paradeiro de outro envolvido no plano de extorsão mediante sequestro e, na tarde de segunda-feira (17), realizar a prisão do segundo suspeito. O homem de 40 anos estava na Praça Gonçalves Dias, no momento da abordagem.
Ainda segundo o delegado Augusto Barros, foi ele o responsável por fazer o sequestro do empresário, no bairro da Divinéia.
Relembre o caso
O empresário foi sequestrado na tarde de 9 de junho, enquanto estava na porta de seu estabelecimento que fica na Avenida Brasil, no bairro da Divinéia, em São Luís. A vítima teria sido surpreendida por dois homens que o forçaram a entrar em um carro preto.
Em seguida, acabou sendo levado para um cativeiro localizado na região do Pindaí, no município de Paço do Lumiar. Por lá, os sequestradores negociaram o valor do resgate para o empresário ser liberto.
A família fez a transferência no valor de R$ 12 mil. Após o pagamento, o empresário, enfim, foi solto. Ao todo, a vítima ficou menos de 1h em poder dos criminosos.
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