URGENTE: MORRE OX-DESEBARGADOR JÚLIO AIRES, PIONEIRO DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO MARANHÃO
JÚLIO AIRES FOI DESEMBARGADOR NO MARANHÃO E UM DOS PIONEIROS DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS
É com muito pesar que informamos o falecimento do irmão Júlio Araújo Aíres, ontem às 22hs. Agradecemos a Deus pelo exemplo de vida e honradez que o servo de Deus deixou para toda a igreja e sociedade. “Assim voltarão os resgatados do Senhor, e virão cantando para Jerusalém e ali viverão felizes para sempre. A alegria e a felicidade os acompanharão, e não haverá mais tristeza nem choro (Isaías 35.10). Júlio Araújo Aires”
Foi com essa nota publicada nas redes sociais, que amigos se despediram de um dos grandes pioneiros da Igreja Assembleia de Deus no Maranhão. Júlio Aires morreu nesta sexta-feira, aos 86 anos, vítima de pneumonia, e infelizmente, por conta da pandemia do coronavírus não pode receber as homenagens que merecia pelos seus relevantes serviços prestados em vida em favor da Igreja e do Reino de Deus. O corpo do ex-desembargador que dedicou boa parte da vida a defender os direitos humanos, saiu do hospital, onde estava internado, direto para o cemitério. Amigos e familiares não puderam realizar o velório para evitar aglomeração.
UMA GRANDE HISTÓRIA DE VIDA
Júlio Araújo Aires nasceu em 21 de setembro de 1933, no povoado de Itans, então pertencente ao município de Viana. Filho de Filipe Gomes Aires e Francisca Araújo Aires, o menino Júlio aprendeu as primeiras letras com a irmã Zuleide, ainda em Itans. No início da década de 40 foi levado para São Luís, a fim de continuar os estudos, concluindo o curso primário no Grupo Escolar Luiz Serra, em 1948.
Seis anos depois, em 1956, concluiu o curso de Técnico em Contabilidade, na Escola Ténica do Comércio do Centro Caixeiral. Na busca constante pelo saber, bacharelou-se em História e Geografia, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Luís (1961). Em 1962, concluiu a Licenciatura, nas mesmas especialidades.
Mudando-se para o Rio de Janeiro, ali ingressou na Faculdade Nacional de Direito, onde fez os quatro primeiros anos do curso. De volta a São Luís, graduou-se em 1967. No ano de 1970, Júlio Aires ingressou na magistratura maranhense, servindo na Comarca de São João Batista. Depois de longo exercício pelas comarcas de Vargem Grande, Pinheiro, Imperatriz e São Luís, tornou-se desembargador, em 2000, aposentando-se três anos depois.
Ao longo de sua vida, Júlio Aires sempre se dedicou ao magistério, tendo lecionado em diversos colégios, tanto no Rio de Janeiro como em São Luís. Foi professor do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão e professor da Escola Superior da Magistratura do Maranhão, aonde chegou a ser Diretor.
Além de escrever vários artigos para jornais, Júlio Aires publicou sua monografia do Curso de Especialização em Direito Público, pela Universidade Federal de Ceará, intitulada “Direitos do Homem”.
Cristão praticante, o ex-desembargador atualmente foi Superintendente da Escola Pública Dominical da Igreja Evangélica da Assembleia de Deus e consultor jurídico da mesma Igreja, além de Presidente de honra do Tribunal Arbitral do Maranhão. Toda semana, Júlio Aires atendia voluntariamente no Centro Social da AD, no bairro Vinhais, ajudando muitas pessoas a resolver questões de ordem jurídica. Júlio aceitou Jesus aos 15 anos de idade em 1948.
Casado com a senhora Maria José Batalha Aires e pai de três filhas, Júlio Aires nascido na Baixada sempre se afirmou como uma pessoa séria, voltado para sua família, para o trabalho e a religião. Em todas essas atividades deixou a marca de sua seriedade e competência. No discurso de saudação em sua posse no Tribunal de Justiça, o desembargador Raimundo Cutrim assim se referiu ao novo colega: “homem afável, extremamente cordial, de trato humano inigualável e sempre prestimoso a ouvir não apenas por exigência da polidez, que é inerente a todo homem civilizado, mas antes por uma questão de boa política na vida de relação humana.”
Mesmo distante e sem muita participação em sua terra natal, Júlio Araújo Aires foi um vianense que dignifica sua origem, motivo pelo qual foi reconhecido pela Academia Vianense de Letras como apto a ocupar a Cadeira nº 18, patroneada pelo também desembargador e mais tarde governador do Maranhão, Manuel Lopes da Cunha.
Pastores e líderes evangélicos lamentaram a morte de Júlio Aires. O presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Maranhão, pastor Pedro Aldir Damasceno, disse em nota oficial “com 86 anos de vida e uma longa folha de serviços prestados ao reino de Deus e à sociedade maranhense, o estimado irmão Júlio Aires encerrou a sua trajetória na terra para entrar no descanso dos salvos”. (Veja nota em anexo).
O pastor Daniel Matos, da IADESL usou a sua rede para a seguinte declaração: “Júlio Araújo Aires, homem íntegro, de conduta ilibada, sério em seu proceder como cidadão, cristão e homem público. Tive o privilégio de conhecê-lo por essas três décadas que vivo em São Luís; enquanto pastor auxiliar no templo central por 9 anos, convivemos bem de perto inclusive sendo ele meu vice superintendente na EBD; nesta minha pequena trajetória de 25 anos no exercício ministerial, foi um dos homens que muito me ajudou: aconselhando, orientando, advertindo e até criticando (para me despertar) para acertar e fazer melhor. Até a noite passada foi um dos diáconos mais veteranos da IADESL, função que exercia com prazer, assim como professor da classe de senhores no TC. Dele podemos dizer: foi um juiz e um desembargador justo; mais que isto, foi um SERVO FIEL a quem O FIEL SENHOR, resolveu, pelo seu decreto, chamá-lo ao descanso eterno, de onde aguardará o grande dia do aparecimento dO nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Diante da situação a que o mundo vive, o irmão Júlio está melhor, pois, “Bem aventurados os mortos que desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz O Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham, Ap 14.13”.
Que haja paz sobre a memória desse ilustre servo de Deus e que O Espírito Santo conforte o coração de cada membro da família Aires, da família IADESL.
É o que deseja o pastor Daniel Matos Chaves e família.”
Por Ciro Nolasco (Com informações obtidas de conteúdo publicado pelo desembargador Lourival Serejo em 2003 na Academia Vianense de Letras)
Com informações do Ciro Nolasco
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